domingo, 14 de março de 2010

Chuva Amarelada

Um dia ele diz em tom normal,
Aquilo que eu não consigo repetir,
Eu já esperava, mais aquilo foi dificil de ouvir.

Por mais que você já saiba o que vai acontecer,
É impossível de impedir seu coração de se partir,
Ah, nesses momentos queria ser uma garota vazia,
Sem alma, sentimentos, coração e qualquer coisa assim.

Isso porque tudo dentro de mim,
Está em revolução...
A culpa é minha?
Talvez sim, talvez eu deva ficar sozinha.

Foram cinco meses maravilhosos,
Cada parte boa e ruim,
Agora soam tão saudosos.

São tantos lugares para ir,
Tantos motivos pra me trancar,
Tantos caminhos...
Mas não existe caminho pra casa,
Já que eu não pertenço a lugar nenhum.

Fora dos trilhos do amor,
Os sonhos parecem tão distantes,
As luzes quase nem brilha.

Ouvi uma parteira que vive na escuridão,
Dizendo que essas luzes só lhe causam dor.

Eu não quero mais escutá-la,
Recolho meus trapos e sigo cambaleando,
As estrelas estão caindo, numa chuva amarelada,
Como fogos de artificio, e eu continuo por aqui,
Sozinha, assistindo o céu derramar lágrimas amarelas.

Tantos lugares se tornam inúmeras escolhas,
Para onde eu vou?
Será mesmo que o destino é quem está me guiando?
Ah eu queria ser vazia...

Faces e máscaras passam por mim,
E a vida continua, num devaneio.

Então ele volta,
Trazendo o arrependimento, a saudade,
Aquele sentimento que me feriu.

E eu simplesmente digo:
"Você pode trazer de volta?"
Ele fica lá me encarando,
Enquanto assisto as folhas caírem.

Não ele não pode,
Ninguém pode, pois eu não tenho nenhum abrigo,
São tantos caminhos,
E nenhum deles me leva pra casa...

Ainda vivo num mundo conhecido,
Aguardando algo a mais,
Enquanto a vida continua.

Bruno Tôp

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